segunda-feira, 29 de março de 2010

Páscoa


Em comemoração (?) à Paixão de Cristo, a Justiça Federal suspende, por força de lei, os prazos e expedientes judiciais a partir de quarta feira. Para os religiosos serventuários, o feriado já começa ali, e  a Santa Semana de trabalho tem apenas dois dias. Seria  muito gratificante, entretanto, encontrá-los, todos, no genuflexório.

Parece incrível a busca por desculpas para se furtar ao trabalho –  necessário, urgente e atrasado – da Justiça, neste nosso País de tantas mazelas.

O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte é muito mais severo: obriga seus serventuários a trabalhar, na quarta-feira, a manhã todinha. Só os libera a partir do meio-dia.

Nada contra as comemorações religiosas – que, por isonomia, até poderiam ser estendidas às demais religiões. Feriados para o Hamadan, Yon Ki-pur, dois de fevereiro, que é dia de Iemanjá, certamente, trariam democracia às festas dedicadas à fé e seus inquestionáveis valores.

Isto é, se realmente fossem dedicados à finalidade a elas destinada. Caso contrário, é a hipocrisia a serviço da indolência. 

Não quero fazer apologia do trabalho em excesso, nem dar argumentos aos “workahoolics” de plantão, afinal, nem sou paulistano. Mas seria muito mais digno se a Páscoa servisse  à sociedade como um momento para refletir sobre a intolerância que levou Jesus à cruz, sobre a esperança no milagre e o exercício do perdão. E não apenas para fazer a festa dos vendedores de chocolate e o cerrar de portas das repartições públicas.

Boa páscoa e boas reflexões para vocês.

terça-feira, 2 de março de 2010

NÃO VÁ AO AL MARE DE PORTO DE GALINHAS

Repito o título para ficar bem marcado: NÃO VÁ AO "AL MARE" DE PORTO DE GALINHAS. Eu não recebi esse conselho e tive a pior experiência de atendimento da minha vida. E posso atestar que meus companheiros de viagem concordam.

Segunda-feira de Carnaval. 15 de fevereiro de 2010. Depois de dois dias de folia entre Olida e o Recife antigo, um grupode de seis amigos e eu optamos por um programa mais light em Porto de Galinhas, em uma festa privada (exclente, por sinal). 

Antes, porém, resolvemos almoçar naquele que nos pareceu um simpático lounge-bar-restaurante na aprazível praia. Realmente, a estrutura é muito atraente. Mas é só. Por fora, bela viola. Por dentro, pão bolorento. Depois de quase meia-hora instalados à mesa, sem que nenhum dos poucos garçons se dignasse a olhar para a gente, alguém que me pareceu ser a gerente (ou proprietária) veio a mesa e pediu desculpas pela demora mas estaria designando sua melhor garçonete para nos atender. Mais um tempo interminável até que nos trouxessem o cardápio. Uma amiga pediu um suco. Quase uma hora depois, desistiu e trocou por uma água, na esperança que viesse rápido. Doce ilusão... Os proprietários passavam pela nossa mesa, com uma cara de poucos amigos, e se recusavam a parar para nos ouvir. A mesa não foi preparada, e depois de uma espera indescupável, chegou parte do pedido. (Desistimos de pedir petiscos, com receio de que viessem depois da sobremesa.) Detalhe: não tinham nos entregue os talheres. Havia um balcão com o material de cutelaria próximo a nós, e um rapaz, vestido como se garçon fosse, arrumava as mesas. Depois de desistir de chamá-lo (já que ele se fazia de surdo), levantei eu mesmo e fui ao balcão pegar talheres antes que a comida congelasse. A justificativa dele para não me atender foi inacreditável: "eu não sou garçon." Bem, eu também não sou, mas precisava dos talheres para comer. O gelo, que havia sido solicitado logo que chegamos, e reiteradas vezes pedido novamente, só chegou depois de um amigo tomar a mesma atitude: ir ao bar, pessoalmente, para pegar o balde. Ao chegar, ainda teve a grata satisfação de ouvir da proprietária (ou gerente) dizendo ao garçon: "Leve esse gelo para aquela mesa de enjoados." A "melhor garçonete da casa", apesar de simpática, não conseguiu imprimir eficiência ao serviço e, enquanto nos apresentava a conta, gritava para um colega: "Fulano, atende aquela mesa ali. Meu horário já acabou e estou aqui só fazendo um favor!"

"Aquela mesa ali", depois de muito acenar, levantou e foi embora. Com razão. Como eles, vários clientes já haviam sido destratados, e pudemos ver alguns se retirarem (deveríamos ter feito isso logo no começo), com juras de nunca mais voltar. Nós apenas nos limitamos a excluir os 10% que os caras-de-pau incluiram na conta.

A demora no atendimento não é, por si só, uma razão para tornar o serviço insuportável. Afinal, era Carnaval, talvez a equipe estivesse desfalcada... O que incomodou foi a desatenção, a falta de gentileza (melhor dizendo, a grosseria mesmo) dos proprietários (ou gerentes, não sei bem). Isso, na minha opinão, é indescupável.

A antipatia não é característica dos prestadores de serviço de Porto de Galinhas. Pelo contrário. Por isso, tenho fé que a "diretoria" do "Al Mare" procure outro ramo de negócio e deixe a gastronomia daquele lugar para quem, realmente, sabe e gosta de atender gente.

 
Não se deixe enganar pela bela imagem. O serviço é péssimo!!!!