terça-feira, 18 de maio de 2010

AS VERSÕES E OS FATOS

Clotilde Reiss é uma estudante francesa. Herdeira, talvez, dos rebeldes da Primavera de 68, ela resolveu protestar em território onde "deus" acha que é crime  se insurgir contra eleições (supostamente) fraudulentas. Ela foi presa no dia 1º de julho de 2009, no aeroporto de Teerã, quando embarcava de volta à sua Paris, da "Liberté, Egalité et Fraternité". Confessou, diante de um tribunal iraniano, ter participado de manifestações estudantis, e, ainda, (pecado dos pecados) enviado um e-mail com fotos e um texto sobre as contestações à eleição do Presidente Ahmadinejad.

Domingo passado, dia 15 de maio, enquanto nosso viajandão Presidente da República visitava o Irã, a jovem regressava à França.

As autoridades diplomáticas brasileiras (entre salamaleques aos mandatários de um país onde as mulheres não disfrutam dos mesmos direitos dos homens, para se dizer o mínimo, e a homosexualidade é considerada crime, punível com a morte) se apressou a divulgar a relevância da intervenção brasileirna no caso. Segundo um ministro brasileiro, ao chegar para um terceiro encontro no dia com Ahmadinejad, durante um fórum empresarial, Lula disse ao presidente iraniano em uma sala privada que estava contente por ter visto na televisão imagens de Clotilde Reiss na França."Foi um presente para o Brasil", teria respondido Ahmadinejad a Lula, segundo a fonte.  

A France Presse narra uma versão diferente. 

"O tribunal condenou Reiss a uma multa de US$ 285 mil que ela pagou esta manhã", teria dito Mohammad-Ali Mahdav Sabet, advogado da francesa. "O caso está encerrado. Reiss poderá deixar o Irã no domingo, depois de recuperar o passaporte no tribunal revolucionário", teria completado.

Esses franceses são terríveis! Querendo amortizar a importância da diplomacia brasileira... Pode?


 Clotilde Reiss - por Parismacht




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