sexta-feira, 16 de julho de 2010

BRASIL X ARGENTINA


Pelé, indubitavelmente, foi um atleta muito superior a Maradona. Acho que termina por aí nossas vantagens sobre a vizinha Argentina. Principalmente se considerados os aspectos de cultura e educação.

Um garçon em Buenos Aires é capaz de dar uma aula de distribuição populacional se indagado pelo número de habitantes da capital portenha. La, motorista de táxi pode debater, com fundamentos, a política econômica adotata pelo Governo Kirchner. São dois pequenos exemplos de elevado nível social que vivi pessoalmente.

Esta semana, foi noticiado mais um exemplo dessa distância evolucional entre nós e nossos vizinhos. Enquanto nosso Congresso analisa uma Emenda Constitucional que pode impedir a adoção de crianças por casais homoafetivos, a Argentina passou a permirir o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Ponto para sociedade argentina. Lá, vence a universalização de direitos.

Os argumentos utilizados do lado de cá da fronteira são medivais. Um Estado, que deveria ser laico, apela para "ensiamentos" bíblicos. Afinal, a homossexualidade é abominação; está nas Escrituras Sagradas. Assim como comer camarão. Por outro lado, a pena de morte por apedrejamento é autorizada por Deus. 

Eu só me pergunto, qual Deus - o dos católicos, o dos protestantes, o dos mulçumanos, o dos judeus, os vários dos cultos africanos, indianos... - prefere ver crianças em orfanatos a conceder-lhes a possibilidade de um lar, de receber amor, acesso a educação e saúde?

Não posso acreditar que a maioria da população brasileira opte pela intolerância em detrimento da civilidade, que permite a convivência entre os diferentes. É inadmissível que, por uma pretensa inspiração divina, o inferno seja antecipado nesse plano de vida para gays e lésbicas, como se fossem cidadãos de segunda categoria, sem acesso a determinados direitos.

Mais cedo ou mais tarde, os ventos austrais nos trarão respeito à dignidade humana e leis despidas de preconceito.



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