sábado, 19 de setembro de 2009

O QUE HOJE É

"O homem tem pressa em saber do que ele realmente é feito, como se fabrica um homem, como se dá a vida. Em toda parte, não obstante a sofreguidão da busca, resta a certeza de que, graças ao bem da ciência, tendo decifrado o código humano, teremos garantido não somente a nossa sobrevivência, mas da própria vida. Alheios a tanto empenho, crecem a ameaça e o temor do fim dos tempos."
Essas palavras intoduzem a investigação filosófica em desenvolvimento pela minha amiga Soraya Guimarães Hoepfner na gelada península nórdica, sobre a tecnologia da informação, baseada  no pensamento de Martin Heidegger acerca da relação entre homem e liguagem.

Pouco sabia eu de Heidegger, além da limitada e preconceituosa idéia de que, em algum momento de sua trajetória, ele fora simpático à causa nazista. Minha amiga, fazendo-me ir além dos conceitos superficiais, mostrou que em determinado ponto do percurso de seu pensamento, Heidegger olhou para o que é [Einblick in was das ist], para o hoje e pensou o modo como somos em meio ao avanço da ciência e da técnica moderna. Notadamente, ele tematizou, lá pelos anos dourados, a questão da cibernética e a idéia da informação.

Em apertadíssima síntese, o substancial de suas formulações sobre a técnica moderna assenta-se em três pontos: na compreensão de unidade desse fenômeno, por ele definida como enquadramento [Ge-Stell]; no entendimento de que é a ciência quem está fundada no modo imperativo existencial dessa própria técnica, e não o contrário; e, de um modo ainda mais original, na posição [Stellung] do homem que, nesse contexto, é aquele que corresponde a uma provocação [Herausforderung], em suma, o homem é tecnocientífico porque responde ao apelo de desvelar do mundo.

Pois bem, Sô. Enconrajado por você, inicío uma modesta jornada de reflexão sobre "o que hoje é", com auxílo dessa ferramenta de exposição ao mundo. Inauguro meu "blog" para expor algumas idéias, discutir nosso cotidiano. Eu não diria "enquadrado". Talvez, integrado a uma técnica que permite alcaçar tempos e espaços, a bem poucos anos, inimagináveis. Mas, definitivamente, correspondendo à provocação dos vetiginosos fatos aos meus pensamentos. Pensamentos de um paulista, advogado, há mais de 15 anos se enraizando em Natal, Estado do Rio Grande do Norte, Brasil.

Espero contar com a participação e o auxílio de muitos, na construção de um mosaico e, em certa medida, alimentar a esperança na possibilidade humana.

Natal, despertar da primavera de 2009.


"A linguagem é a casa do ser. Em seu lar habita o homem. Os pensadores e os poetas são os guardiões desse lar." Martin Heidegger

Um comentário:

  1. Adorei! É você mesmo, sua energia, sensibilidade e beleza. Natal é mais interessante com você aí(ainda bem).

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