quarta-feira, 28 de outubro de 2009

UM GESTO FORMIDÁVEL


O Centro Cultural Casa da Ribeira (www.casadaribeira.net), presidido pelo arquiteto José Edson Silva, é um marco na cena artística de Natal. Fruto do sonho de alguns jovens, desde seu nascedouro enfrentou as dificuldades comuns a quem atua na área, notadamente, falta de recursos e apoio. Já esteve prestes a fechar suas portas. Sobreviveu... que bom!

Há alguns anos, aqueles que mantiveram a chama de vida daquele bastião de resitência descobriram-se vocacionados para educação, pelo potencial da arte enquanto agente transformador de realidades, e partiram para buscar parcerias, objetivando desenvolver a "Casa" não apenas como um espaço de espetáculos, mas como verdadeiro agente de desenvolvimento humano.

Assim nasceu o  Projeto ARTEAÇÃO, em conjunto do Instituto Ayrton Senna, Casa da Ribeira, COSERN, fundos de Cultura,  e  parceria com as escolas  públicas Atheneu e Ulisses de Góis. O projeto elabora, com seus alunos, oficinas de interpretação teatral, cenografia, figurino e iluminação.  A perspectiva do despertar de uma carreira até então inimaginável, a par do crescimento pela ampliação dos horizontes, é o objetivo.

O encatador fruto desse trabalho pode ser conferido, este final de semana, no palco do Centro Cultural Casa da Ribeira sob o título "GESTO, CASCUDO". Mas não esperem uma "pecinha de escola". Preparem-se para um espetáculo comovente!

O texto de Henrique Fontes não tem pretensão de ser uma biografia ou uma coletânea de textos do folclorista (ooops "Folclorista é a p... q... p... Eu só é professor!") Luís da Câmara Cascudo, o potiguar mais famoso. Antes, transita entre um e outro, num ambiente lúdico de amplo espectro.

A direção segura de Giovanna Araújo traz à cena seis adolescentes (Alessandra Augusta, Camila Morais, César Silva, Larissa Gurgell, Thiago Medeiros e Wesli Dantas) com pegada de profissionais. Envolventes, desfilam a ingenuidade das crianças e os delírios de adultos com segurança.

A cenografia minimalista (parceria de José Edson Silva e Gustavo Wanderley) valoriza a palavra, até mesmo pela metáfora de livros empilhados, ora usados como escadas para um vôo imaginário, ora como apoio de um Cascudinho enclausurado, ou mesmo como um simples banco.

Merece destaque o trabalho de corpo de todo o elenco, com o toque de Ana Cláudia Vianna.

As pequenas falhas (uma luz mal colocada sobre um ator em movimento, algumas - poucas - perdas de ritmo, uma palavra ou outra atropelada...) são engolidas pela emoção contagiante. Aplaudir a iniciativa, a coragem e o talento de todos envolvidos neste Projeto - e neste espetáculo, em particular - é muito pouco.

NÃO PERCA!



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