sexta-feira, 16 de outubro de 2009

MEIO CHEIO

Imaginar a vida plena de alegria ou de dor, a meio caminho da alegria explosiva ou da depressão profunda,  pode ser uma determinação das circunstâncias. Ou de opção. Mas que ela se torna mais fácil quando encarada com otimismo, não há dúvida.

Costumo pensar nos muitos atropelos do cotidiano como armadilhas prontas para nos derrubar, nos por para baixo. Se nossa cabeça também começa a remar nessa direção, não há como deixar de pegar o caminho para a tristeza.

E como o Vinícius cantava, é melhor ser alegre que ser triste.

Talvez seja essa a lição (óbvia) do filme "Elsa y Fred", uma produção Argentina de 2005, que revi essa semana. A história coloca em questão a opressão do "politicamente correto". Quem sabe uma análise sociológica pudesse enxergar na relação entre os personagens principais (ela, uma argentina plena de esperança e vida, compulsivamente mentirosa; ele, um espanhol sisudo, marcado por perdas em meio a uma vida sem sal), uma metáfora da relação entre Espanha e sua ex-colônia sul-americana. Não vou me aprofundar tanto.

Os dois personagens de Elsa e Fred durante o filme constroem uma relação de causar inveja em qualquer paixão adolescente. Enquanto ela busca trazer o riso à vida de Alfredo, meta de Fred é acreditar em Elsa, mesmo com todas as suas mentiras sobre a sua própria realidade. Não há como não se encantar.

Em meio a diversas referências explícitas ao "Dolce Vita", de Fellini, somos levados a crer na felicidade, achando possível a construção sentimental nas banalidades do dia-a-dia.

"Não é uma fortuna por um pedaço de carte e uma sobremesa. Isso paga a noite mais maravilhosa que eu já tive. E isso não tem preço... se não tem preço, não se paga!"



 

 

 





2 comentários:

  1. Adorei a descrição da trama. Ainda não vi esse filme, vou buscá-lo.
    :D
    Bom fim de semana!

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  2. Busque sim, Evandro. Tenho certeza que vc vai gostar.

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